Mortal Kombat: Legacy Kollection (REVIEW): Revivendo a história de uma icônica franquia de luta

Se tem uma franquia de luta aclamada pelos jogadores é Mortal Kombat, sendo uma febre na geração dos fliperamas/Mega Drive/SNES, e admirada até os dias de hoje, e no ultimo dia 30 de Outubro tivemos o lançamento de Mortal Kombat: Legacy Kollection, uma coletânea lançada pela Atari sob licença da Warner Bros., e desenvolvida pela Digital Eclipse com o suporte da Implicit Conversions. Estou trazendo essa review na WDN (versão de PS4) não apenas para dar minhas impressões no final do texto (como sempre), mas também irei fazer fazer comentários "respondendo" algumas questões em aberto ao longo dessa análise. E desde já, agradeço ao 'Urubuxa' pela Thumbnail, e a Atari pelo suporte à WDN.

OBS¹: A primeira coisa à ser esclarecida é que, apesar da Digital Eclipse ter histórico com coletâneas da Midway e Williams, MK Legacy Kollection não teve envolvimento direto da Warner Bros. (proprietária da franquia) na parte de publicação ou desenvolvimento, apenas nos depoimentos de Ed Boon, John Tobias, John Vogel, Dan Forden e outros desenvolvedores da Midway e NetherRealm Studios, além do material preservado.
OBS²: Meu intuito não será fazer análise de TODOS os jogos (destacando um ou outro por algum aspecto interessante ou característica única), até porque a Review ficará arrastada, e sim comentar do que a coletânea nos apresenta.

Biblioteca de Jogos, uso de Rewind e outras mecânicas

Temos os principais jogos da série, e alguns derivados/Spin-Offs, além dos jogo originais dos Fliperamas da Midway, também temos os jogos lançados pra consoles, incluindo os ports lançados pela Acclaim, Sculptured Software, Probe, Williams Entertainment, etc.

Como claro, temos as clássicas versões de Super Nintendo e Mega Drive, como também de PlayStation, Game Boy, Game Boy Advance, Game Gear e até Sega 32X. Temos também a inclusão da versão WaveNet de Mortal Kombat 3, um serviço online da Midway para fliperamas.

MK foi considerada uma franquia muito a frente de seu tempo (pra sua época) pelo grau de violência e atores digitalizados, mas ao mesmo tempo os jogos eram bastante impiedosos. E as grandes adições que foram acrescentadas é o uso de Rewind, lista de comandos, especiais e Fatalities, e alguns Cheats como de congelar tempo. Tudo isso pode variar entre jogadores novatos praticarem um pouco, treinar para fazer Fatality, ou pegar conquistas mais fácil se estiver jogando no PS/XBOX/Steam.

Sega 32X - Debutando nos consoles modernos

Um grande destaque dessa coletânea é o Sega 32X, que era o add-on do Mega Drive que rodava cartuchos próprios de jogos em 32-Bits, e conhecido por jogos como Knuckles Chaotix, Virtua Fighter, FIFA 96, além do próprio Mortal Kombat 2.

É considerada como uma das melhores versões do MK2 para consoles, desenvolvida pela Probe e publicada pela Acclaim em 1994, ela consegue superar não apenas as versões dos consoles 16-Bits, mas também as de PS1 e Saturn.

Mas no Legacy Kollection, apesar de boa, ela apresenta alguns bugs na parte sonora (que a Digital Eclipse já confirmou patch de correção em data posterior) e latência nos consoles. Zerei com o Shang Tsung nessa versão, e percebi que alguns combos de bola de fogo não estavam sendo executados com precisão, pois em razão do uso do direcional, dava uns atrasos ao executar. Porém é uma versão que vale a pena conferir, e zerar, pois conta com troféu/conquista da versão 32X.

Jogos do PlayStation - Suporte da Implicit Conversions

Essa coletânea do MK também conta com a emulação do PlayStation. Tirando o port de Castlevania SOTN de XBOX Live Arcade feito pela Digital Eclipse, é a primeira vez que o console recebe suporte na engine do estúdio, e foi graças ao suporte da Implicit Conversions, um estúdio com papel similar em preservar jogos antigos, e que além de ter feito parcerias com a Limited Run Games e Marvelous, o estúdio trabalha diretamente com a Sony para o serviço de jogos clássicos da PS Plus (PS1, PS2 e PSP). A Implicit foi fundamental para incluir três jogos do console no Legacy Kollection: MK Trilogy, Mythologies: Sub-Zero e Special Forces.

O MK Trilogy é um Mortal Kombat 3 com a inclusão de todos os personagens e cenários dos três primeiros jogos da franquia, com a trilha sonora tendo um tom mais grave e desacelerado (e curiosidade aleatória: esse foi o ultimo Mortal Kombat lançado oficialmente no Japão, e publicado pelo SoftBank). MK Mythologies é CONTROVERSO jogo onde controlamos o Sub-Zero e que mistura plataforma e luta (usem Rewinds sem dó) e que também serve de prologo pro primeiro Mortal Kombat, e gancho para o MK4 com a presença do Quan Chi. E o MK Special Forces é um jogo Beat' Em Up 3D (estilo Fighting Force) onde controlamos o Jax.

Os três jogos tem também cheats para serem ativados, como jogar com Chameleon, Tempo Ilimitado de Fatality (é útil pra treinar, mas também garantir as conquistas e troféus), vidas quase ilimitadas (no MK Mythologies) etc.

Ultimate MK3 WaveNet - Versão RARA com Noob Saibot mais endiabrado do que nunca

Essa é provavelmente a versão mais esquisita de UMK3 que eu já, ela não é ruim, muito longe disso, pois é uma versão inovadora que permitia multiplayer online com outras pessoas através do fliperama, e uma opção de acompanhar as novidades da WaveNet. Mas afinal, se essa versão não tem suporte online para os dias de hoje, porque ela foi inclusa? Pois além de ser rara, temos a opção de jogar com uma versão apelona e nerfada (ao mesmo tempo) do Noob Saibot, conforme vocês verão na gameplay abaixo no canal da WDN.

Mas a parte da esquisitice é que o jogo simplesmente fica desgovernado ao jogar com o Noob Saibot, primeiro que não podemos usar os poderes de paralisia e atordoamento igual no MK Trilogy, segundo que a mesma fase do calabouço e castiçais de fundo fica se repetindo toda vez, terceiro não podemos realizar Fatalities com o Saibot, e por ultimo o Montaro fica bugando sua textura e muitos momentos, e ainda podemos usar o pulo de teleporte (coisa que não deveria acontecer).

Apesar dessas bizarrices, é uma versão que vale muito a pena conferir, além de que é caminho mais fácil para pegar o troféu/conquista de derrotar o Shao Kahn, e o próprio Noob Saibot (se escolher o tesouro certo).

A Kripta: Extras & Documentário de 5 Horas

Claro que o grande não está apenas nos jogos. Temos uma enciclopédia mostrando todos os detalhes do personagens da franquia, um menu para acessar as músicas do game, e a exemplo de outras coletâneas da Digital Eclipse, como Atari 50 e Tetris Forever, temos um museu com vários materiais do desenvolvimento de Mortal Kombat, incluindo Artworks, Pôsteres/Flyers, Concept Arts, Scans de manuais e propagandas de revistas, além de um documentário com depoimentos dos desenvolvedores da franquia, mas não se limitando apenas ao Mortal Kombat e sua criação, mas até antecedentes como a trajetória do Ed Boon e outros desenvolvedores trabalhando no departamento de Pinball da Williams, histórias da trajetória de John Tobias com artes gráficas e os jogos de fliperama da WMS Industries (Williams/Midway/Bally), influências de outros jogos de luta, criação da ESRB, filmes da New Line Cinema, encartes da TecToy (para descrever a fama da franquia no Brasil e o Master System como porta de entrada pros MKs em 8-Bits em nosso país) etc.

Todos os depoimentos dos "meninos de Chicago" e de outras personalidades do MK foram localizados em português brasileiro, e outros idiomas, pela Lionbridge (que já trabalhou em Halo Infinite e PAC-MAN World 2 Re-PAC), incluindo seus menus.

Mas infelizmente nem tudo está com legendas (seja em português, inglês ou outros idiomas), já que tem vídeos promocionais, backstages e até caseiros da época em que seus games estavam em desenvolvimento. Isso me causou estranheza, já que no Tetris Forever temos até vídeos de gravações do Henk Rogers dos anos 80 e 90 com legendas, já em MK Legacy Kollection, vídeos como feiras de jogos, comerciais, promocionais e o Into the Outworld (documentário do MK3) não receberam legendas em nenhum idioma.

Embora essa parte de não ter legendas nos arquivos mais antigos, o museu digital e o documentário vale a pena por si só. Documentando os áureos tempos da franquia nas mãos da Midway, até os dias de hoje com a NetherRealm/WB Games.

Esclarecendo dúvidas sobre o Multiplayer Online

Infelizmente não poderei fazer comentários sobre o modo Online, pois estou sem condições de renovar a PS Plus no momento (e muitos amigos ainda não puderam pegar o game), mas o maior erro foi não terem incluído lobbys de partidas privadas com amigos em seu lançamento, e felizmente a Digital Eclipse afirmou que isso será corrigido em futuros Uptades.

Agora quanto as reclamações sobre ausência de Multiplayer CrossPlay (ou Cross-Platform), isso é caçar pelo em ovo, pois em nenhum momento isso foi prometido pelo estúdio. Temos 4 ou 5 desenvolvedoras focadas em preservar e relançar jogos retrôs, e nenhuma delas consegue dar o suporte em ter multiplayer entre outros consoles, pois suas engines não fornecem tal tecnologia para isso acontecer.

É diferente, por exemplo, dos jogos da Nightdive Studios ou Infogrames (outras duas subsidiárias da Atari), e como citado anteriormente, a Warner licenciou a coletânea apenas, e não é porque Mortal Kombat 1 (Reboot) e MK11 tenham CrossPlay, que o MKLK tenha.

Updates no futuro? Mais jogos?

Até o momento, não há confirmação de que teremos outros jogos de Mortal Kombat para serem adicionados nessa coletânea, alguns deles me bateu forte estranheza de não estarem presentes, como o UMK3 de Mega Drive (feito pela Avalanche Software, estúdio da Warner que também produziu Hogwarts Legacy e MK Trilogy), MK4 de PS1 e de Game Boy Color (esse último feito pela própria Digital Eclipse).

Porém, a Digital Eclipse afirmou que isso pode ocorrer em razão de questões de licenças ou parte técnica, e o exemplo mais perfeito que não está nessa coletânea é o Mortal Kombat 3 de PlayStation (embora esperava que viesse mais menções e scans no museu da Kripta), pois apesar da Williams ser a desenvolvedora, essa versão foi publicada pela Sony Computer Entertainment - num acordo de exclusividade temporária com a WMS Industries (Midway) para os consoles 32-Bits como estratagema de atrair consumidores pro console estreante da Sony.

Outro jogo que foi lembrado pelos fãs, e infelizmente ausente da coletânea, é o Mortal Kombat Gold do Dreamcast (uma versão melhorada do MK4), mas como citado anteriormente, além de questões de licença, também há questão técnica, onde tais consoles, o estúdio e ainda não consegue emular em sua engine. Mas isso pode mudar com o tempo, pois recentemente dois ex-desenvolvedores da Carbon Engine (da Limited Run Games) ingressaram na Digital EclipseDimitris Giannakis (programador e YouTuber "MVG - Modern Vintage Gamer") e Joe Modzeleski.

Mídias Físicas - Atari & Limited Run

Como citado no artigo de Totally Reliable, a Atari tem tido o hábito de lançar mídias físicas dos seus jogos próprios, incluindo subsidiárias. E o MK Legacy Kollection recebeu mídias físicas para PS5, Nintendo Switch Original e Switch 2. E também edição Deluxe acompanhada de réplicas pequenas dos pôsteres dos fliperamas da Midway, Cartão Impresso com detalhes em 3D, imã de geladeira e SteelBook.

Aqui no Brasil, a GameHut tá vendendo as mídias físicas em sua loja oficial.

A Limited Run Games também ficou responsável por fabricar as mídias físicas de XBOX, e uma de colecionador (pra todos os consoles) repleta de itens como Pin do Sub Zero e Scorpion, Suporte de controle do Goro, Artbook, Tolkens etc.

Porém, infelizmente sua pré-venda já esgotou, durando somente no mês de agosto.

Conclusão

Já respondi algumas dúvidas que tem circulado, mas concluído: MK Legacy Kollection vale a pena? Eu digo que sim, com algumas ressalvas:

Pra alguém que está acompanhando os passos da Atari na retomada do mercado Triple-A focando em jogos retrôs nos últimos anos, digo que É DE FATO uma coletânea bem chamativa e, vamos levar em consideração que Mortal Kombat é ESCASSO de coletâneas ou ports dos Arcades, somente ports avulsos em MKs do PlayStation 2 e XBOX Original, o Midway Arcade Treasures 2 (com apenas MK2 e MK3 Original) e o abandonado MK Arcade Kollection com o finado sistema Games For Windows Live. Apesar de eu achar os jogos de Game Boy original e Game Gear bastante intoleráveis, a lista foi muito bem selecionada, e a adição do PlayStation e 32X na engine da Digital Eclipse abre muitas portas para a Atari. Os pontos fracos dessa coletânea, repetindo, é os lobbys privados não terem sido implementados, falta de legendas (em todos os idiomas) nos vídeos com aspecto mais histórico, e o principal para o donos de PlayStation no Brasil, o seu preço. A coletânea tá num preço OK para Steam e Switch com seus 134 Reais (pelo o que oferece, pois já vi coletâneas bem mais escassas de conteúdo, e que cobram bem mais caro), mas 284 Reais no PlayStation é um absurdo! Eu espero que a Atari pressione a Sony para corrigir isso, pois esse preço só está sendo praticado na PS Store do Brasil, e o momento atual é inviável para os donos de PS4 e PS5. O preço do XBOX também não é tão convidativo assim, 184 Reais, mas comparado ao PlayStation...há uma diferença gritante.

Tirando todos esses pontos, a coletânea vale a pena, mas que fiquemos esperançosos por melhorias, e o pessoal do PlayStation conseguir ter a oportunidade de dessa coletânea num preço justo, seja em valor definitivo ou promoções.

Deixo mais uma vez os meus agradecimentos à Atari pelo apoio e envio do game, e ao 'Urubuxa' pela arte de capa, e não deixe de acompanhar outros textos relacionados à Atari aqui na WDN. Mortal Kombat: Legacy Kollection está disponível para PC via Steam, XBOX, Nintendo Switch 1 e 2, e PlayStation 4 e 5.

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